domingo, 21 de outubro de 2018

Fugir para casar está na moda!

“Elopement Wedding”: Cada vez mais noivos dispensam as festas tradicionais, com centenas de convidados, e optam por casar fora do país, em cerimónias intimistas. Em qualquer recanto do planeta.
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Texto de Sofia Teixeira
É um mundo de coisas a planear e decidir: convites, ementas, decoração, músicos ou DJ, buquê, vestido, lembranças para os convidados, animação para as crianças. São duas horas de fotografias, parte delas com quase desconhecidos, e um dia inteiro a tentar garantir que todos estão bem e se divertem. Face a este panorama, muitos noivos começam a perguntar-se: o dia é nosso ou dos outros? Vale a pena tanta pressão, tanto stress e tanto investimento financeiro? Queremos mesmo partilhar o nosso dia com 200 pessoas? E se fugíssemos os dois para casar?
“Elopement wedding” significa literalmente “fuga para casar”. Não é uma novidade, mas o termo redefiniu-se: o que em tempos era uma verdadeira fuga de casais cujo relacionamento não era aprovado pelas famílias, tornou-se uma opção para quem não se revê nas festas de casamento tradicionais e prefere fazer da sua união um momento descontraído e mais intimista. A Notícias Magazine conversou com três casais que fizeram essa escolha.
Sofia Pontares e Joaquim Filipe Videira 
Las Vegas, 12 de setembro de 2014: Casar em Las Vegas, sem Elvis nem néons
Sofia sempre sonhou casar-se, tratar dos preparativos, ter o seu dia de princesa. Para Joaquim, um casamento tradicional não fazia sentido, mas sabia que Sofia preferia casar antes de ter filhos. Fez então a proposta: “Queres casar comigo em Las Vegas?”
Não foi um impulso e levou seis meses de preparação, entre escolher uma capela sóbria e bonita – não queriam néons nem Elvis -, ver detalhes com a “wedding planner” e fazer provas do vestido (que levou de cá) com a mãe e a madrinha. “Quis, em certas coisas, manter a tradição e envolver a família e amigos. Fizemos um convite, com um link para um site onde podiam ir acompanhando o que estávamos a programar, por exemplo.” Reza o dito que “what happens in Vegas stays in Vegas”, mas não foi o caso: o casamento foi transmitido em “streaming” desde a Chapel of the Flowers, na Strip, em Las Vegas. Os amigos e familiares que receberam o link puderam assistir em direto à cerimónia. A lua-de-mel foi entre Las Vegas, o Grand Canyon e Nova Iorque.
Olhando para trás, Sofia não mudava nada. A ida de limusine para a capela, a cerimónia intimista, as fotos pela cidade durante a tarde, o espetáculo do Cirque du Soleil ao fim do dia, a noite de núpcias no Bellagio. “Se somos todos diferentes porque é que casamos todos da mesma forma? Só muda a cor da toalha e as flores do buquê.”
Diana Soeiro e Gonçalo Proença
Bora-Bora, 14 de dezembro de 2011: Casar com os pés na areia no paraíso
“Foi um casamento de paixão”, conta o casal, hoje com dois filhos, ao recordar a sua união em 2011. Diana e Gonçalo começaram a namorar em maio desse ano, decidiram casar-se em setembro e, em dezembro, embarcaram para 13 dias em Bora-Bora, onde tiveram a sua cerimónia de sonho e a lua-de-mel. “A ideia que tínhamos do casamento tradicional é que todos se divertem mais que os noivos.” Reconhecem que há pessoas para as quais faz sentido partilhar o momento com muita gente, mas eles, recém-enamorados, preferiram uma experiência intimista e exclusiva. “Optámos pelo Four Seasons em Bora-Bora, que tem vários pacotes de casamento e lua-de-mel”, conta Diana. Foi o hotel que organizou tudo: maquilhagem e cabeleireiro, fotografia, música, a cerimónia de casamento na praia e um ritual após a celebração no qual foram de barco até um espaço mais íntimo para jantar. “Foi tudo combinado cá e quando chegámos, três dias antes da cerimónia, tivemos tempo para ajustar os detalhes, mas sem stress. A única coisa que foi connosco de Portugal foram as alianças.” Diana recomenda vivamente a experiência.
Como reconhecer o casamento de Bora-Bora em Portugal era um pesadelo burocrático, um mês depois, dia 14 de janeiro, foram a uma conservatória em Portugal assinar os papéis e tiveram um almoço organizado pelos pais de Gonçalo, que tinham ficado com pena de não haver uma festa cá. “Era só um almoço com as pessoas mais próximas, mas acabou por ter 100 convidados. Passámos o tempo de mesa em mesa, a falar com os convidados e quase não estivemos juntos”, ri Diana. “Mas sem problema. Já tínhamos tido o nosso dia de sonho.”
Ana Faro e Ramiro Leite
Nova Iorque, 23 de março de 2014: Copo-de-água de cachorros-quentes na Big Apple

Passava pouco das nove da manhã de uma segunda-feira fria quando Ana Faro e Ramiro Leite saíram do metro na baixa de Manhattan, em Nova Iorque, e se encaminharam para o número 141 da Worth Street na companhia de dois amigos. Por baixo dos casacos e dos cachecóis ele trajava fato, ela um vestido branco com bolas pretas ao estilo anos 1950. A única coisa que os denunciava como noivos era o gancho que Ana levava no cabelo a dizer “I do”. Tinham saído de Lisboa dias antes para fazerem o seu “elopement wedding” na cidade que nunca dorme.
Ana e Ramiro sempre disseram que quando alcançassem os dez anos de namoro pensavam em casar. Mas quando aí chegaram, perceberam que ficavam zonzos só de pensar em organizar uma festa com centenas de convidados. “Além disso, custava-nos o enorme investimento financeiro que isso exige a toda a gente, noivos e convidados”, conta Ana. Resolveram festejar a década de ligação com uma viagem a Nova Iorque, aproveitando para visitar duas amigas. Quando deram por isso, estavam a fazer pesquisas no Google sobre os casamentos na cidade. “No estado de Nova Iorque o processo é muito simples. Tratámos de tudo sozinhos. Bastou entregar o pedido de véspera no cartório. Quando chegámos a Portugal entregámos uma tradução certificada na conservatória para o casamento ser considerado válido”, descreve Ana.
Ana levou um buquê, comprada pela amiga à porta do cartório, e recorda-se sobretudo do ambiente. “Havia muitos casais, o ambiente era descontraído e divertido, mas também muito bonito, com muita gente feliz.” Assinaram os papéis e realizaram uma breve cerimónia para trocar votos. “Depois fizemos o nosso copo-de-água na banca de cachorros-quentes em frente ao cartório.”
Percorra a galeria de imagens acima clicando sobre as setas.

FONTE: https://www.noticiasmagazine.pt/2018/fugir-para-casar-esta-na-moda/

sexta-feira, 19 de outubro de 2018

Como as frustrações no casamento interferem na vida das mulheres?

A partir da notícia que motivou a criação do blog "Noivo em fuga", resolvemos destacar o sofrimento causado pelo noivo à vitima. Por isso, através de pesquisas, encontramos o artigo "Depressão e gênero: porque as mulheres deprimem mais que os homens?". Com a leitura do texto, descobrimos que vários fatores podem interferir no desencadeamento de uma depressão, são eles: variáveis biológicas, as psicológicas e as socioculturais. O mesmo ainda cita, que determinados acontecimentos como a frustração no casamento e relacionamentos, de forma geral, podem ocasionar uma tristeza profunda, levando a depressão.
O artigo ainda apresenta que a maior incidência está no sexo feminino, quando afirma "O risco deste transtorno durante a vida é de 10 a 25% para mulheres e 5 a 12% para homens". Sendo assim observamos que em mulheres a prevalência da depressão é duas vezes maior que em homens.

Etimologia da palavra CASAMENTO

Origem da palavra casamento:

Casamento é uma palavra que tem origem no Latim, vem de CASAMENTUM, que significa "terreno com uma habitação instalada", o que era um dos principais passos para uma união estável. Este termo, por sua vez, é derivado de CASA, que no latim tem um significado de "morada pobre".


O que significa casamento?


Casamento é a união voluntária entre duas pessoas que desejam constituir uma família, formando um vínculo conjugal que está baseado nas condições dispostas pelo direito civil. 
No matrimônio religioso, principalmente o baseado na fé cristã, a aliança é um dos símbolos mais importantes desta união, pois representa a ligação física e espiritual entre as duas pessoas que se casaram.

Casamento em outras línguas...



Português = casamento
Inglês = marriage
Espanhol = matrimonio
Grego = ντους γάμου
Francês = douche de mariage 

 
Fonte:

• https://www.gramatica.net.br/origem-das-palavras/etimologia-de-casamento/

https://www.significados.com.br/casamento/

quarta-feira, 17 de outubro de 2018

A sociedade atual mudou o conceito de casamento?

Esse vídeo nos faz refletir sobre as concepções de casamento ao longo dos tempos, vale a pena assistir!
O comentarista do vídeo é o médico-psiquiatra, psicoterapeuta, conferencista e escritor, Flávio Gikovate.

RECOMENDAÇÃO DE FILMES RELACIONADOS AO TEMA DO BLOG:

Filme: Noivo em fuga!

Data de lançamento 2006 (1h 38min)
Direção: 
Nacionalidade EUA

SINOPSE E DETALHES

Paulie (Edward Burns) está a poucos dias de se casar com Jules (Heather Burns). Ele e os quatro padrinhos de casamentos se reunem nos seus últimos dias de solteiro. Paulie se vê refletindo sobre a vida conjugal, questões de paternidade e de honestidade. Mas ele percebe que sua adolescência ainda está viva.

Filme: Noiva em fuga! (Grande sucesso de 1999)
Data de lançamento 1999 (1h 55min)
Direção: 
Gêneros Comédia Romance
Nacionalidade EUA

SINOPSE E DETALHES

Maggie Carpenter (Julia Roberts) possui um grave problema: não consegue se casar. Já tentou por 3 vezes, mas na hora da cerimônia algo acontece e ela sempre foge do altar. Quando a história chega aos ouvidos de Ike Graham (Richard Gere), um jornalista machista, ele a publica em sua coluna e logo em seguida acaba demitido por não ter confirmações. Decidido a recuperar o emprego, Ike parte para a cidade de Maggie a fim de provar que o conto da noiva fujona é verídico.



terça-feira, 16 de outubro de 2018

No WhatsApp, golpe faz noiva cancelar casamento em troca de suposto emprego no Canadá

Os cibercriminosos estão ficando cada vez mais criativos com os golpes aplicados via WhatsApp (desde camisas da seleção brasileira até prêmios da Coca-Cola), e o mais recente deles fez um casal em Curitiba ter um dos maiores prejuízos de sua vida.
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Com casamento marcado para 24 de novembro, Valéria Santana da Silva (30), residente de Socoraba (SP) queria, como todos nós, uma qualidade de vida melhor.
Pensando nisso, ela e o noivo Luciano Carlos Tavares (26) estavam sempre atentos às oportunidades de trabalho fora do Brasil, e foi em uma dessas supostas "chances" que ela caiu em um golpe.
A vítima alega que encontrou uma proposta em um site de vendas, que buscava por candidatos para morar no Canadá; interessada na oportunidade, ela entrou em contato com a "empresa" – que na verdade, tratava-se de uma estelionatária.
Após o primeiro contato, dia 6 de maio o casal marcou um encontro com a suspeita em um shopping da cidade, onde lhes foram passadas informações sobre a viagem e custos. Segundo a golpista, os únicos gastos que Valéria e Luciano teriam seriam referentes ao visto e passaporte.
Realizando um árduo depósito de R$5000 (a vítima falou que até teve que pedir dinheiro emprestado para tal) na conta bancária da criminosa (que estranhamente, utilizava o nome de outra pessoa como titular), o casal esperava ter o processo de emissão dos documentos necessários agilizado mediante o depósito da quantia.
A estelionatária havia conseguido ganhar a confiança do casal, alegando ter cinco sócios e funcionários, dos quais, um mantinha contato com o casal através do WhatsApp.
Na nova vida fora do país, o marido ganharia emprego como motorista e a esposa ficaria como funcionária em um escritório para uma pousada na área de vendas.
Ao contar ao seu irmão sobre a viagem, o mesmo decidiu pesquisar informações sobre o suposto funcionário da golpista (que seria encarregado dela nos EUA), e descobriu que a foto, na verdade, era de um médico, com nome totalmente diferente do dele.
A viagem ocorreria em 27 de junho às 17 horas, com o grupo (de nove pessoas) se encontrando na casa da golpista. Porém, eles aguardaram até as 19h e ninguém apareceu.
Nesse ponto, o casal já havia cancelado o casamento e se demitido dos respectivos empregos – atualmente, eles estão morando em um apartamento alugado.
Após a data combinada, como esperado, a mulher não atendeu mais às ligações, tampouco foi localizada em sua suposta residência.
A vítima informou que atualmente faz parte de um grupo com 11 pessoas, todas vítimas do mesmo golpe, porém, com promessas de ida para países diferentes.
Outro que caiu no golpe foi Rafael Rodrigo dos Santos (24), morador de Votorantim (SP), que teria sido prometido um emprego de servente de pedreiro e pintor em Nevada, nos EUA, com salário de US$40 (~R$157) por hora.
Ele também entrou em contato com a golpista através do site de vendas on-line, e se encontrou pessoalmente com ela no dia 7 de julho, quando ambos acertaram os detalhes da viagem.
O plano foi cuidadosamente traçado pelos criminosos – até mesmo a suposta consultoria que ficaria responsável pelo processo burocrático existia.
Porém, ao entrar em contato no endereço em que seria recebido, o jovem foi informado que não havia ninguém no local com o nome que lhe foi dado; foi nesse momento que ele percebeu que havia caído em um golpe.
Desde o dia de assinatura do contrato até a suposta data da viagem passaram-se 30 dias, tempo suficiente para os criminosos planejarem sua fuga; no caso de Rafael, o prejuízo foi de R$6 mil (R$3 mil de sua parte + R$3 de um amigo que iria com ele).
A polícia informa que cinco boletins de ocorrência foram registrados para o mesmo golpe; a estelionatária já foi identificada pela Polícia Civil, mas está foragida; há suspeitas de que o crime também tenha sido cometido em outras regiões do país.
Fonte: https://www.tudocelular.com/android/noticias/n127308/golpe-whatsapp-noiva-casamento-emprego-canada.html. Acesso em 16/10/2018. 

"As mulheres são criadas para achar que o casamento é muito importante" - Por Chimamanda

Escritora aclamada pela crítica internacional, a nigeriana pertence ao mundo cult, mas virou hit na internet depois de ter palestra ‘sampleada’ pela cantora Beyoncé.
Até poucos meses, a escritora nigeriana Chimamanda Ngozi Adichie era conhecida apenas por um público muito específico da literatura. Apesar de ter ganhado o Orange Prize por seu segundo romance, Meio Sol Amarelo, e colaborar periodicamente para a revista The New Yorker, a africana conquistou popularidade mundial depois de ter um trecho de sua palestra Todas deveríamos ser feministas “sampleado’’ por Beyoncé, em seu último disco. Entretanto, quando indagada sobre a cantora, ela se nega a comentar. Mas o fato é que, hoje, o cenário é outro para Chimamanda – bem diferente de 2008, quando teve passagem discreta pela Flip, em Paraty. Depois do ‘impulso’ da cantora pop, seu último livro, Americanah – a ser publicado no Brasil, no segundo semestre, pela Cia das Letras – saltou da posição 861 para 179 nas vendas na Amazon.
Radicada nos EUA, a escritora é militante contra o preconceito. O tema, inclusive, foi o fio condutor de uma outra conferência, ministrada por ela em 2009, intitulada O perigo da história única. O vídeo, que se espalhou pela rede, ganhou espaço nos debates online sobre estereótipos e visões restritas sobre a África: “Quis falar sobre como é importante não pensar que sabemos tudo sobre um lugar ou sobre alguém, quando, na realidade, apenas sabemos um pouco”. Outro tema pelo qual Chimamanda ganhou fãs – não por meio da literatura, mas pela internet – foi o feminismo.
Quando o assunto é diferença de gênero, a escritora repete, alto e bom som, alguns dos conceitos ditos na palestra que conquistou Beyoncé: “A mensagem da mídia, hoje, é ‘como manter um homem’, ‘como encontrar um homem’. Mesmo que você seja uma superprofissional ou tenha uma empresa, não está totalmente satisfeita de verdade até encontrar um homem. Essa é a mensagem. Com os homens é diferente”, afirma, defendendo um tipo de feminismo moderno: “Muitas vezes, quando falamos sobre ser feminista, as pessoas atribuem estereótipos muito negativos a essa palavra. Confundem feminismo com mulheres que odeiam os homens e acham que todas as relações entre homens e mulheres são opressoras”, afirma.
Ela vai além e também entra em questões políticas. Recentemente, declarou publicamente ser contra a lei antigay da Nigéria e, em seu livro Americanah, escreve sobre a eleição de Obama em 2008: “Acho ele brilhante, um dos melhores presidentes que os EUA já tiveram. Entrou no cargo com enorme quantidade de expectativas, que não eram realistas. Então, as pessoas que se dizem decepcionadas são as que sentiram que ele era Jesus Cristo e que iria transformar água em vinho”.
A seguir, os melhores momentos da conversa.Em sua palestra, que a cantora incluiu no disco novo, você fala sobre a criação de mulheres de uma maneira diferente – para que sejam mais independentes. Acredita que já estamos trilhando esse caminho?
Gostaria que isso fosse verdade, mas não é. Em todas as partes do mundo as mulheres ainda são julgadas de forma diferente em diversos assuntos. São as mulheres que valorizam mais o casamento, não os homens. São as mulheres que ainda valorizam o compromisso, não os homens.
Isso é algo generalizado?
Sim. A mensagem da mídia, hoje, é: “Como manter um homem”, “Como encontrar um homem”. E mesmo que você seja uma superprofissional ou tenha uma empresa, não está totalmente satisfeita de verdade até encontrar um homem. Essa é a mensagem. Com os homens é diferente. Então, as mulheres são criadas para achar que o casamento é muito importante. Os homens não. Isso é um problema.
Eu lhe retorno a pergunta que você propôs na palestra, quando diz “por que ensinamos as meninas a quererem se casar e não os homens?”
Bem… não sei. Acho que tem um aspecto um pouco cultural e, se voltarmos na história da humanidade, é história, é cultura e também é religião. Acho que a religião tem um papel importante nesse caso. Mas também acho que podemos desfazer isso. Não estou tão interessada em perguntar por que fazemos isso, mas em perguntar como podemos mudar isso.
Então, qual é o maior desafio para as mulheres hoje?
Há muitos desafios. Na Nigéria, por exemplo, as mulheres se escondem nas sombras do poder. Mesmo as que têm um cargo alto fingem quando estão em público. Elas ainda têm de entrar no jogo de como a sociedade espera que elas sejam. Se saem com o marido, têm de ser justas com ele, têm de dizer coisas como “oh, estou tão feliz que meu marido me permite”. Esse tipo de coisa. Seria muito bom se mais mulheres sentissem que não têm de se adequar a todas as expectativas culturais.
Sheryl Sandberg, CEO do Facebook, defende que, na medida em que mulheres conquistarem posições de poder, a tendência é a forma de trabalho (horário e método) mudar. Concorda?
As normas no ambiente de trabalho como são hoje foram feitas por homens, sob pressupostos de que as mulheres ficavam em casa e tomavam conta das crianças. E agora que as regras dos gêneros estão mudando. Só acho que mais países precisam repensar como podemos estruturar os horários de trabalho.
Acredita que o termo feminismo também sofre preconceito?
Sim. Muitas vezes, quando falamos sobre ser feminista, as pessoas atribuem estereótipos negativos. Confundem feminismo com mulheres que odeiam os homens e acham que todas as relações entre homens e mulheres são opressoras. Isso não é feminismo, realmente. É um radicalismo. Entretanto, acho que está mudando. Na década de 1970, as mulheres estavam muito mais dispostas a se rotularem como feministas. Isso mudou nos anos 90 e espero que seja melhor nos próximos dez anos, que mais mulheres e homens pensem sobre essa palavra.
No seu último romance, Americanah, você aborda o tema do cabelo para as mulheres como sendo uma questão não apenas estética, mas política.
O cabelo, muitas vezes, não é apenas cabelo. Certamente, julgamos as pessoas com base na aparência. E, para as mulheres, o cabelo tem esse caráter. Veja, por exemplo, a questão da coloração. Algumas escolhem não tingir o cabelo e essa atitude é interpretada como se ela estivesse rejeitando ideais convencionais de beleza, ou talvez ela “só seja muito orgânica e goste de ioga”. Mas, para as mulheres negras, é diferente.
Como?
Nós somos as únicas mulheres no mundo que gastam muito tempo e dinheiro para fazer com que o cabelo tenha uma aparência completamente diferente da original. Isso é o resultado de muitas coisas, entre elas a colonização e o imperialismo. Mas, acima de tudo, a sensação de que você não está no centro das coisas. Então, há essas jovens africanas que crescem sem olhar uma foto sequer de pessoas que se pareçam com elas. Interiorizamos ideais de que nosso cabelo é, de alguma forma, feio.
Não acha que isso está mudando no mundo?
Quanto mais mantemos o cabelo natural, mais as pessoas leem todos os tipos de significados para isso. Já me disseram, por exemplo, que, por não colocar produtos químicos em meu cabelo, estou levantando uma bandeira. Na verdade, gosto do meu cabelo do jeito que ele é. É tão convencional a ideia de que você tem de fazer alguma coisa no seu cabelo que, quando você escolhe não fazer, isso acaba se tornando uma bandeira.
Sua conferência O perigo da história única teve mais de 5 milhões de visualizações na internet. O que você quer dizer quando fala em “história única”?
Falo sobre uma visão única. Quis falar sobre como é importante não pensar que sabemos tudo sobre um lugar ou sobre alguém, quando, na realidade, apenas sabemos um pouco.
Acredita que é possível ter uma “história única” sobre nós mesmos?
Isso é bem interessante, na verdade. Acredito que podemos ter uma visão única sobre os outros. Em geral, as pessoas têm conhecimento sobre suas próprias complexidades.
Em sua palestra, você fala sobre os estereótipos que as pessoas têm da Nigéria. Qual era a sua “história única” do Brasil, antes de visitar o País?
Ah… o futebol, não é? Eu sou nigeriana, e o futebol é quase uma religião aqui. Mesmo que você não goste, é muito provável que saiba sobre o assunto. Mas devo dizer que, na verdade, estou brincando, porque fui ao Brasil duas vezes e sei que é um país muito complexo. Acho que uma das “histórias únicas”, ou estereótipos sobre o Brasil, é a que fala sobre como a raça realmente não importa – e há essa mistura incrível de pessoas. Então, estou muito interessada em como a raça se manifesta no Brasil, porque não acredito nessa versão da história.
O Brasil tem uma semelhança com a Nigéria, que é o sincretismo religioso, tema que você trata no livro Hibisco Roxo. Chegou a sentir essas semelhanças quando visitou o País?
Sim, com certeza. Lembro-me de estar dirigindo do aeroporto do Rio de Janeiro para a Flip e pensar em como o Brasil se parece com a Nigéria. Mas as estradas no Brasil são melhores (risos).
Você já afirmou que gosta muito de escrever sobre as emoções humanas. Como desenvolve o tema quando está diante do computador?
Não tenho muita certeza sobre o quanto de minha escrita é inteiramente consciente. Mas, em geral, estou muito interessada nas pessoas. Gosto de observar e entender o que significa ser humano. Estou interessada nas emoções humanas, porque acho que elas guiam muito do que fazemos.
Em Americanah, um dos personagens acompanha as eleições de Barack Obama. Como uma nigeriana que mora nos Estados Unidos, o que acha do presidente?
Acho ele brilhante, um dos melhores presidentes que os EUA já tiveram. Ele entrou no cargo com uma enorme quantidade de expectativas, que não eram realistas. Então, as pessoas que se dizem decepcionadas são aquelas que sentiram que ele era Jesus Cristo e iria transformar água em vinho. Mas ele não é, e acho que tem feito o bastante. E também o admiro profundamente como pensador e escritor. Se você ler o primeiro livro de Obama, seu livro de memórias, A Origem dos Meus Sonhos… acho que é muito bem escrito, mas também mostra que tipo de mente e, principalmente, sua imaginação. Creio que pessoas assim deveriam estar em cargos públicos.
E quanto à primeira-dama?
Adoro a Michelle!
Quando veio ao Brasil para participar da Flip, você leu uma pequena parte de Autobiography of My Mother, da romancista Jamaica Kincaid, como seu trecho de livro favorito. Se fosse escolher agora, qual seria?
Acho que escolheria Michael Ondaatje, porque estou lendo ele novamente. E sempre amei seu trabalho. Amo seus livros. Estou cada vez mais interessada em escrever esse tipo de coisa, acho que é muito inspirador.
Nessa mesma ocasião, você justificou sua escolha dizendo que era um livro poético e sensual. É ainda esse tipo de literatura que lhe interessa?
Sou interessada em todos os tipos de literatura. Da mesma maneira que adoro ler livros poéticos e sensuais, gosto muito de uma literatura que não tenha nada disso.
Já tem alguma ideia para seu próximo livro?
Tenho, sim, mas sou muito supersticiosa. Então, não vou lhe contar./MARILIA NEUSTEIN
E aí, o que mais te chamou atenção nas falas da Chimamanda?


 Fonte:  Estadão

Que tal umas risadas?

Casamento é um acontecimento que rende muito assunto, por isso estamos trazendo agora um ar mais descontraído. Quem nunca ouviu uma boa piada sobre casamento?
Portanto, achamos que casamento e memes tem uma grande ligação, fiquem a vontade e vamos dar umas boas risadas...



sexta-feira, 12 de outubro de 2018

Noivo em Fuga, o novo golpe na praça!

Esse blog faz parte da criação de um projeto do seminário 4, do curso de Pedagogia da UERJ, e surgiu de uma curiosidade sobre a notícia "Noivo simula o próprio sequestro para fugir de casamento."

Após a leitura da notícia, descobrimos que tudo não passava de um golpe para extorquir a vítima, uma médica de 44 anos.
O noivo, Marcelo Henrique Morato Castilho, advogado de 34 anos, simulou o próprio sequestro um dia antes do casamento.
Ao fazer o boletim de ocorrência, a noiva descobriu que o noivo já havia feito isso antes e lamentou todo o dinheiro investido por ela e sua família na cerimônia de casamento.